“Fronteiras dos Movimentos Sociais” / "Frontiers of the Social Movements"
Visualizações: 403DOI:
https://doi.org/10.20336/rbs.794Resumo
O adensamento da produção acadêmica sobre movimentos sociais na última década no Brasil, quer nas Ciências Sociais ou ao redor delas, se expressa hoje na consolidação de redes de pesquisa e espaços de debate acadêmico em fóruns como, por exemplo, as últimas edições do Congresso Brasileiro de Sociologia e os encontros anuais da Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais (Anpocs). Junto a tais redes e fóruns, é possível destacar como evidência robusta desse mesmo processo o volume crescente de dossiês temáticos, bem como de artigos publicados em diálogo constante e crítico com abordagens teóricas e autores internacionais. O dossiê ora apresentado se insere nesse ritmo de adensamento, explorando, nesta apresentação e nos artigos a seguir, debates sobre fenômenos e abordagens que, há algum tempo, têm recebido crescente atenção de pesquisas de movimentos sociais, expandindo as fronteiras analítico-conceituais desse campo de estudos e, assim, desafiando-o.
AbstractThe intensification in academic production on social movements in the last decade in Brazil, whether within or around the Social Sciences, is expressed today in the consolidation of research networks and spaces for academic debate in forums such as, for example, the latest editions of the Brazilian Congress of Sociology and the annual meetings of the National Association of Graduate Studies in Social Sciences (Anpocs). Along with such networks and forums, it is possible to highlight as robust evidence of this same process the growing volume of thematic dossiers, as well as articles published in constant and critical dialogue with theoretical approaches and international authors. The dossier presented here falls within this pace of intensification, exploring, in this presentation and in the following articles, debates on phenomena and approaches that, for some time, have received increasing attention from research on social movements, expanding the analytical-conceptual frontiers of this field of studies and, thus, challenging it.
Downloads
Referências
Abers, Rebecca. (2019). Bureaucratic Activism: pursuing environmentalism inside Brazilian State. Latin American Politics and Society, 61(2), 21-44.
Abers, Rebecca, Serafim, Lizandra, & Tatagiba, Luciana. (2014). Repertórios de Interação Estado-Sociedade em um Estado Heterogêneo: a experiência na era Lula. Dados, 57(2), 325–357.
Abers, Rebecca, Silva, Marcelo K., & Tatagiba, Luciana. (2018). Movimentos Sociais e Políticas Públicas: repensando atores e oportunidades políticas. Lua Nova, 105, 15-46.
Abers, Rebecca, & Von Büllow, Marisa. (2011). Movimentos Sociais na Teoria e na Prática: como estudar o ativismo através da fronteira entre Estado e sociedade? Sociologias, 13(28), 52–84.
Almeida, Frederico, Monteiro, Filipe, & Smiderle, Afonso. (2020). A criminalização dos protestos do Movimento Passe Livre em São Paulo (2013-2015). Revista Brasileira de Ciências Sociais, 35(102), e3510211.
Almeida, Ronaldo de, & Toniol, Rodrigo. (2018). Conservadorismos, Fascismos e Fundamentalismos: análises conjunturais. Campinas: Edunicamp.
Alonso, Angela. (2017). A Política das Ruas: protestos em São Paulo de Dilma a Temer. Novos Estudos, especial, 49-58.
Alonso, Angela, & Mische, Anne. (2016). Changing Repertoires and Partisan Ambivalence in the New Brazilian Protests. Bulletin of Latin American Research, 36(2), 144–159.
Amadeu da Silveira, Sérgio. (2015). Direita nas redes sociais online. In Sebastião Velasco e Cruz, André Kaysel, & Gustavo Codas (orgs.). Direita Volver: o retorno da direita e o ciclo político brasileiro (p. 213-230). São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo.
Artigo 19. (2014). Protestos no Brasil – 2013. São Paulo: Artigo 19.
Artigo 19. (2015). As Ruas sob Ataque: protestos em 2014 e 2015. São Paulo: Artigo 19.
Artigo 19. (2016). Nas Ruas, nas Leis, nos Tribunais: violações ao direito de protesto no Brasil 2015-2016. São Paulo: Artigo 19.
Artigo 19. (2018), 5 Anos de Junho de 2013. São Paulo: Artigo 19.
Avritzer, Leonardo. (2016), Impasses da Democracia no Brasil. 3ª Edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Bringel, Breno, & Sposito, Marilia Pontes. (2020). Apresentação do dossiê. Educação & Sociedade, 41, e238520. Epub July 22, 2020. https://dx.doi.org/10.1590/es.238520
Calhoun, Craig. (1993). “New Social Movements” of the Early Nineteenth Century. Social Science History, 17(3), 385-427.
Carlos, Euzeneia, Dowbor, Monika, & Albuquerque, Maria do Carmo. (2017). Movimentos Sociais e seus Efeitos em Políticas Públicas: balanço do debate e proposições analíticas. Civitas, 17(2), 360-378.
Carone, Renata. (2018). A Atuação do Movimento Feminista no Legislativo Federal: caso da Lei Maria da Penha. Lua Nova, 105, 181-216.
Cayres, Domitila C. (2017). Ativismo Institucional e Interações Estado-Movimentos Sociais. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais – BIB, 82, 81-104.
Clemens, Elisabeth, Minkoff, Debra C. (2004). Beyond the Iron Law: Rethinking the Place of Organizations in Social Movements Research. In David A. Snow, Sarah A. Soule, & Hanspeter Kriesi. The Blackwell Companion to Social Movements. USA, UK, Australia: Blackwell Publishing, 2004.
Codato, Adriano, Bolognesi, Bruno, & Roeder, Karolina M. (2015). A Nova Direita Brasileira: uma análise da dinâmica partidária e eleitoral do campo conservador. In Sebastião Velasco e Cruz, André Kaysel, & Gustavo Codas (orgs.). Direita Volver: o retorno da direita e o ciclo político brasileiro (p. 115-144). São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo.
Dagnino, Evelina, Olvera, Alberto, & Panfichi, Aldo. (2006). Para uma outra leitura da disputa pela construção democrática na América Latina. In A disputa pela construção democrática na América Latina (p. 13-91). São Paulo: Paz e Terra/ Unicamp.
Dowbor, Monika, & Szwako, José. (2013). Respeitável Público... Performance e organização dos movimentos antes de 2013. Novos Estudos, 97, 43-55.
Facchini, Regina, Carmo, Íris N. do, & Lima, Stephanie P. (2020). Movimentos Feminista, Negro e LGBTI no Brasil: sujeitos, teias e enquadramentos. Educação & Sociedade, 41, 2020.
Fernandes, Eduardo G. (2018). Movimentos Sociais, Policiamento e Vigilância: um diálogo teórico a ser construído. Mediações, 23(1), 100-126.
Fernandes, Eduardo G. (2020). Entre Ruas, Câmeras e Redes: as transformações das táticas policiais de controle à ação coletiva contestatória em Porto Alegre (2013-2014). Tese (Doutorado em Sociologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Fernandes, Eduardo G., & Câmara, Gabriel G. (2018). Policiamento a Eventos de Protesto no Brasil: repertórios e modelos policiais no ciclo de protestos de junho de 2013 na cidade de Porto Alegre. Polícia & Sociedade, 17(39), 368-395.
Freeman, Jo. (1972). The tyranny of structurelessness. Berkeley Journal of Sociology, 17 p. 151-164.
Gohn, Maria da Glória. (2017). Manifestações e protestos no Brasil: correntes e contracorrentes na atualidade. São Paulo: Cortez.
Gonçalves, Leandro P., & Caldeira Neto, Odilon. (2020). O Fascismo em Camisas Verdes: do integralismo ao neointegralismo. Rio de Janeiro: FGV Editora.
Gurza Lavalle, Adrian, Carlos, Euzeneia, Dowbor, Monika, & Swako, José. (2019), Movimentos sociais e institucionalização: políticas sociais, raça e gênero no Brasil pós-transição. Rio de Janeiro: Ed. UERJ.
Jasper, James M. (1997). The Art of Moral Protest: culture, biography, and creativity in social movements. Chicago/London: The University of Chicago Press.
Losekann, Cristina (2013). Mobilização do direito como repertório de ação coletiva e crítica institucional no campo ambiental brasileiro. Dados, 56(3), 311-349.
Maciel, Débora. (2011). Ação coletiva, mobilização do direito e instituições políticas: o caso da campanha da Lei Maria da Penha. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 26(77), 97-111.
Marques, Marcelo de S., & Marx, Vanessa. (2020). Os coletivos em cena. Algumas contribuições para o debate. Simbiótica,7(3).
Melucci, Alberto. (1996). Challenging codes: collective action in the information age. Cambridge: Cambridge University Press
Messenberg, Débora. (2017). A Direita que Saiu do Armário: a cosmovisão dos formadores de opinião dos manifestantes da direita brasileira. Revista Sociedade e Estado, 32(3), 621-647.
Meyer, David S., & Staggenborg, Suzanne. (1996). Movements, Countermovements, and the Structure of Political Opportunity. American Journal of Sociology, 101(6), 1628-1660.
Perez, Olívia C., & Silva Filho, Alberto L.A. (2018). Coletivos: um balanço da literatura sobre as novas formas de mobilização da sociedade civil. Latitude, 11(1), 255-294.
Pereira, Matheus M. (2018). Oportunidades Políticas em um Presidencialismo de Coalizão. Lua Nova, 105, 217-252.
Pereira, Matheus M. (2020). Ativismo Institucional no Poder Legislativo: confrontos políticos, assessores ativistas e frentes parlamentares. Revista Brasileira de Ciência Política, 31, 301-338.
Pichardo, Nelson. (1997). New Social Movements: a critical review. Annual Review of Sociology, 23, 411-430.
Pinheiro-Machado, Rosana, & Freixo, Adriano de. (2019). Brasil em Transe: bolsonarismo, novas direitas e desdemocratização. Rio de Janeiro: Cava.
Piven, Francis F., & Cloward, Richard A. (1977). Poor People’s Movements: why they succeed, how they fail. New York: Vintage.
Polletta, Francesca. (2005). How Participatory Democracy became White: culture and organizational choice. Mobilization,10(2), 271-288.
Quadros, Marcos P. dos R.; Madeira, Rafael M. (2018). Fim da Direita Envergonhada? Atuação da bancada evangélica e da bancada da bala e os caminhos da representação do conservadorismo no Brasil. Opinião Pública, 24(3), 486-522.
Rocha, Camila. (2015). Direitas em Rede: think tanks de direita na América Latina. In Sebastião Velasco e Cruz, André Kaysel, & Gustavo Codas (orgs.). Direita Volver: o retorno da direita e o ciclo político brasileiro (p. 261-278). São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo.
Rocha, Camila. (2019). “Imposto é roubo!”: a formação de um contrapúblico ultraliberal e os protestos pró-impeachment de Dilma Rousseff. Dados, 62(3), e20190076, 1-42.
Rocha, Camila, & Solano, Esther. (2019). As Direitas nas Ruas e nas Redes. São Paulo: Expressão Popular.
Silva, Camila F., & Fernandes, Eduardo G. (2017). Ciclo de Protestos de 2013: construção midiática das performances de contestação. Ciências Sociais Unisinos, 52(2), 202-215.
Silva, Marcelo K.; Oliveira, Gérson de L. (2011). A Face Oculta(da) dos Movimentos Sociais: trânsito institucional e intersecção Estado-Movimento – uma análise do movimento de Economia Solidária no Rio Grande do Sul. Sociologias, 13(28), 86-124.
Solano, Esther. (2018). O Ódio como Política: a reinvenção das direitas no Brasil. São Paulo: Boitempo.
Sposito, Marilia P., Almeida, Elmir de, & Corrochano, Maria C. (2020). Jovens em Movimento: mapas plurais, conexões e tendências na configuração das práticas. Educação & Sociedade, 41, e228732. Epub July 22, 2020.
Staggenborg, Suzanne. (1988). The Consequences of Professionalization and Formalization in the Pro-Choice Movement. American Sociological Review, 53, 585-606.
Szwako, José, & Sivori, Horacio. (2019). Not about religion: Institutional discourses and interactions in the presidential indictments against F. Lugo in Paraguay (2012) and D. Rousseff in Brazil (2016). Congreso Feminismos y Conservadurismos en América Latina. CLACSO/México, Ciudad de México.
Szwako, José, Dowbor, Monika, & Araújo, Ramon. (2020). A produção de artigos acadêmicos sobre movimentos sociais publicados nos periódicos brasileiros (2000–2017): tendências e inovações. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais – BIB, 92, 1-22.
Tatagiba, Luciana. (2018). Entre as Ruas e as Instituições: os protestos e o impeachment de Dilma Rousseff. Lusotopie, 17, 112-135.
Tatagiba, Luciana, Trindade, Thiago, & Teixeira, Ana Cláudia C. (2015). Protestos à Direita no Brasil (2007-2015). In Sebastião Velasco e Cruz, André Kaysel, & Gustavo Codas (orgs.). Direita Volver: o retorno da direita e o ciclo político brasileiro (p. 197-212). São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo.
Tavolari, Bianca et al. (2018). As Ocupações de Escolas Públicas em São Paulo (2015-2016). Novos Estudos, 27(2), 291-310.
Velasco e Cruz, Sebastião, Kaysel, André, & Codas, Gustavo (orgs.). Direita Volver: o retorno da direita e o ciclo político brasileiro. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo.
Voss, Kim, Sherman, Rachel. (2000). Breaking the Iron Law of Oligarchy: union revitalization in the American Labor Movement. American Journal of Sociology, 106, 303-349.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).