Ações afirmativas e ciências sociais na UFRB
tensões e transformações na produção do conhecimento
Visualizações: 265DOI:
https://doi.org/10.20336/rbs.904Palavras-chave:
universidade, decolonialidade, produção do conhecimento, corpo político, ações afirmativasResumo
Este artigo visa compreender em que medida as Ciências Sociais e as universidades brasileiras estão se transformando e/ou sendo transformadas por uma nova configuração da geopolítica e do corpo político do conhecimento, a partir da interiorização das universidades públicas, implementada pelos governos do Partido dos Trabalhadores, e das cotas raciais. Para entender tais dinâmicas, realizamos um estudo de caso na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, procedendo à análise do Projeto Político Pedagógico do curso de Bacharelado em Ciências Sociais, assim como da atuação de coletivos e grupos de pesquisa compostos por sujeitos negros e negras, com o intuito de identificar se há uma reprodução ou transformação da colonialidade do saber e do racismo/sexismo epistêmico nesta instituição. Para tal análise, elencamos como pressupostos teórico-metodológicos a perspectiva decolonial e o pensamento afrodiaspórico de intelectuais negros e negras que pensaram a experiência acadêmica a partir de uma perspectiva racial crítica, antes e depois das políticas de ações afirmativas.
Downloads
Referências
Barros, Ronaldo C. S. (2013). Políticas afirmativas no ensino superior: a experiência da UFRB (Coleção estudos afirmativos, 4). Flacso.
Bernardino-Costa, Joaze. (2019). Convergências entre intelectuais do Atlântico Negro: Guerreiro Ramos, Frantz Fanon e Du Bois. In J. Bernardino-Costa et al. (org.), Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico (Coleção Cultura Negra e Identidades, 2. ed, pp. 247-268). Autêntica Editora.
Castañeda, Carolina. (2013). Pensamentos críticos desde e para a América Latina. Pensamento descolonial e práticas acadêmicas dissidentes. Cadernos IHU, 11(44), 9-15.
Castro-Gómez, Santiago. (2005). Ciências sociais, violência epistêmica e o problema da “invenção do outro”. In E. Lander (org.), Colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas (Colección Sur Sur, pp. 169-186). CLACSO.
Coletivo Luiza Bairros. (2017, 16 out.). Manifesto de fundação do Coletivo Luiza Bairros. Medium. https://medium.com/@coletivoluizabairros/manifesto-de-funda%C3%A7%C3%A3o-do-coletivo-luiza-bairros-44848741911e
Figueiredo, Angela. (2015). Carta de uma ex-mulata à Judith Butler. Periódicus, 3(1), 152-169. https://doi.org/10.9771/peri.v1i3.14261
Figueiredo, Angela. (2020). Epistemologia insubmissa feminista negra decolonial. Tempo e Argumento, 12(29), e0102. https://doi.org/10.5965/2175180312292020e0102
Figueiredo, Angela, & Grosfoguel, Ramón. (2007). Por que não Guerreiro Ramos? Novos desafios a serem enfrentados pelas universidades públicas brasileiras. Ciência e Cultura, 59(2), 36-41.
Fonseca, Fernanda C. (2021). Nossa América Ladina: o pensamento (decolonial) de Lélia Gonzalez [Dissertação de Mestrado em Relações Internacionais, Universidade Federal da Bahia] http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33728
Formação e Estudos sobre Racismo e Antirracismo. (2020a, 13 ago.). Raça, Racismo e Classe Média Negra no Brasil e nos Estados Unidos [Webinário]. Youtube. https://www.youtube.com/watch?v=b4lcR0WopRo
Formação e Estudos sobre Racismo e Antirracismo. (2020b, 9 jul.). Educação e Antirracismo [Webinário]. Youtube. youtube.com/watch?v=YMJ7WSjLrrw
Gonzalez, Lélia. (2020). Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Editora Zahar.
Grosfoguel, Ramón. (2016). A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Revista Sociedade e Estado, 31(1), 25-49. https://doi.org/10.1590/S0102-69922016000100003
Guerreiro Ramos, Alberto. (1996). A redução sociológica (3. ed.). Editora UFRJ.
Guerreiro Ramos, Alberto. (1995). Introdução crítica à sociologia brasileira (2. ed.). Editora da UFRJ.
Guerreiro Ramos, Alberto. (1979). O problema do negro na sociologia brasileira. In S. Schwartzman (ed.), O pensamento nacionalista e os Cadernos de Nosso Tempo (Biblioteca do Pensamento Político Republicano, pp. 39-69). Ed. da UNB.
Lander, Edgardo. (2005). Ciências Sociais: saberes sociais e eurocêntricos. In E. Lander (org.), Colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas (Colección Sur Sur, pp. 8-23). CLACSO.
Lugones, María. (2014). Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas, 22(3), 935-952. https://doi.org/10.1590/%25x
Maldonado-Torres, Nelson. (2019). Analítica da colonialidade e da decolonialidade: algumas dimensões básicas. In J. Bernardino-Costa et al. (org.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico (Coleção Cultura Negra e Identidades, 4, 2. ed, pp. 27-53). Autêntica Editora.
Maldonado-Torres, Nelson. (2007). Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In S. Castro-Gómez & R. Grosfoguel (org.), El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global (pp. 127-167). Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos, Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar.
Mignolo, Walter. (2005). A colonialidade de cabo a rabo: o hemisfério ocidental no horizonte conceitual da modernidade. In E. Lander (org.), A Colonialidade do Saber: Eurocentrismo e Ciências Sociais. Perspectivas Latino Americanas (pp. 33-49). Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. (Colección Sur Sur).
Pró-Reitoria de Graduação – PROGRAD-UFRB. (2008). Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em Ciências Sociais – Bacharelado. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – Coordenadoria de Ensino e Integração Acadêmica; Ministério da Educação.
Quijano, Anibal. (2005). Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In E. Lander (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas (Colección Sur Sur, pp. 107-130). CLACSO.
Quijano, Anibal. (2009). Colonialidade do poder e classificação social. In B. S. Santos & M. P. Meneses (org.), Epistemologias do Sul (pp. 73-117). Edições Almedina. S. A.
Santos, Boaventura de S. (2009). Para além do Pensamento Abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. In B. S. Santos & M. P. Meneses (org.), Epistemologias do Sul (pp. 23-71). Edições Almedina. S. A.
Silva, Nádia Maria C. (2017a). Universidade no Brasil: colonialismo, colonialidade e descolonização numa perspectiva negra. Revista Interinstitucional Artes de Educar, 3(3), 233-257. https://doi.org/10.12957/riae.2017.29814
Silva, Nádia Maria C. (2017b). Guerreiro Ramos: um pensamento brasileiro decolonial na década de 50-60 do século XX. Analéctica, 3(23). https://doi.org/10.5281/zenodo.4291017
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Weder Bruno de Almeida, Angela Figueiredo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).