Autonomia e trabalho intelectual na pós-graduação em Ciências Sociais
Visualizações: 547DOI:
https://doi.org/10.20336/rbs.793Palavras-chave:
Pós-graduação, trabalho intelectual, autonomia, ciências sociais no Brasil, ensino e pesquisaResumo
O artigo discute as práticas de trabalho dos cientistas sociais brasileiros atuantes em programas de pós-graduação. A partir de diálogo com a bibliografia sobre o tema, parte-se das seguintes questões: como os professores e pesquisadores vivenciam suas práticas de trabalho, em especial, a docência, a pesquisa e a escrita? A crescente imposição de novos mecanismos burocráticos de controle e avaliação do trabalho estaria ameaçando a autonomia do fazer científico? O texto responde ao problema valendo-se dos resultados de um survey online nacional aplicado em 2018 e de um conjunto de entrevistas realizadas entre 2016 e 2018. Sustenta-se que os cientistas sociais logram produzir espaços de autonomia no seu cotidiano, mas essa negociação permanece individualizada e sem lastro em projetos institucionais ou coletivos.
Downloads
Referências
Beigel, Fernanda. (2014). Publishing from the periphery: structural heterogeneity and segmented circuits. The evaluation of scientific publications for tenure in Argentina’s CONICET. Current Sociology, 62(5), 743-765. https://doi.org/10.1177%2F0011392114533977
Blois, Juan Pedro. (2015). La institucionalización de la sociología en Brasil y Argentina. Formación, organización e intervención de los sociólogos. Estudios Sociológicos, 33(99), 633-658. https://doi.org/10.24201/es.2015v33n99.1393
Braga, Eugênio C. F. (2011). Novos elementos para uma sociologia dos cientistas sociais: a situação ocupacional dos egressos. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 26(76), 103-122. https://doi.org/10.1590/S0102-69092011000200006
Collyer, Fran, Connell, Raewyn, Maia, João M. E., & Morrell, Robert. (2018). Knowledge and global power: making new sciences in the South (1. ed.). Monash University Publishing.
Cordeiro, Mariana C. (2013). Você tem tempo? Uma análise sobre as vivências temporais dos acadêmicos em ciências sociais na sociedade contemporânea [Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro]. https://minerva.ufrj.br/F/?func=direct&doc_number=000803074&local_base=UFR01
Holmwood, John. (2000). Europe and the “Americanization” of British Social Policy. European Societies, 2(4), 453-482. https://doi.org/10.1080/713767001
Hyatt, Susan B., Shear, Boone W., & Wright, Susan. (2015). Learning under neoliberalism: ethnographies of governance in higher education. Berghahn Books.
Keim, Wiebke. (2011). Counterhegemonic currents and internationalization of sociology Theoretical reflections and an empirical example. International Sociology, 26, 123-145. https://doi.org/10.1177%2F0268580909351324
Koch, Tomás, & Vanderstraeten, Raf. (2019). Internationalizing a national scientific community? Changes in publication and citation practices in Chile, 1976-2015. Current Sociology, 67(5), 723-741. https://doi.org/10.1177%2F0011392118807514
Maia, João M. E. (2019). Ciências Sociais, trabalho intelectual e autonomia: quatro estudos de caso sobre nós mesmos. DADOS – Revista De Ciências Sociais, 62(2), 1-33. https://doi.org/10.1590/001152582019178
Maia, João M. E. (2015). Ciências sociais em tempos de crise: novas configurações do trabalho intelectual no Brasil [Projeto de pesquisa financiado pela Faperj por meio do edital Jovem Cientista de Nosso Estado]. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro.
Medina, Leandro R. (2019). Enacting network, crossing borders: on the internationalization of the social sciences in Mexico. Current Sociology, 67(5), 705-722. https://doi.org/10.1177%2F0011392119833101
Muller, Jerry. (2018). The tyranny of metrics. Princeton University Press.
Munch, Richard. (2014). Academic Capitalism: universities in the global struggle for excellence. Routledge.
Pels, Dick. (2003). Unhastening science: autonomy and reflexivity in the social theory of knowledge. Liverpool University Press, 2003.
Perlatto, Fernando, & Maia, João M E. (2012). Qual sociologia pública? Uma visão a partir da periferia. Lua Nova, (87), 83-112. https://doi.org/10.1590/S0102-64452012000300005
Pinheiro, Roberto M., Castro, Guilherme C., Silva, Helder H., & Nunes, José M. (2006). Comportamento do consumidor e pesquisa de mercado. Editora da FGV.
Schwartzman, Simon, & Castro, Maria Helena M. (1991). A trajetória acadêmica e profissional dos alunos da USP [Documento de Trabalho 2]. NUPES. http://nupps.usp.br/downloads/docs/dt9102.pdf
Strathern, Marilyn. (2000). The Tyranny of Transparency. British Educational Research Journal, 26(3), 309-321. https://doi.org/10.1080/713651562
Torini, Danilo M. (2012). Formação e identidade profissional: a trajetória dos egressos de Ciências Sociais [Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo]. https://doi.org/10.11606/D.8.2012.tde-09012013-160019
Vostal, Filip. (2015). Academic life in the fast lane: the experience of time and speed in British academy. Time & Society, 24(1), 71-95. https://doi.org/10.1177%2F0961463X13517537
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 João Marcelo Ehlert Maia, Jimmy Medeiros
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).