Fratrias e relações entre irmãs/os ao longo da vida: uma perspetiva sociológica
Visualizações: 995DOI:
https://doi.org/10.20336/rbs.755Palavras-chave:
irmãs e irmãos, fratrias, família, relações familiaresResumo
As relações entre irmãs ou irmãos têm merecido escassa atenção na Sociologia face a outras dimensões do fenómeno familiar. Este artigo pretende contribuir para contrariar essa tendência, e mostrar como este é um objeto merecedor de um olhar sociológico atento. O texto parte de uma pesquisa qualitativa, que realizou 32 entrevistas, com caráter de história de vida, a membros de fratrias pertencentes a famílias nucleares. Adotou-se uma perspetiva longitudinal, cruzando as diferentes fases de vida (infância, juventude e idade adulta), que permitiu revelar o dinamismo dessas relações ao longo do ciclo de vida, e sua cristalização na idade adulta. O artigo pretende responder a duas questões: a) o que é ser irmã ou irmão?; b) como se caraterizam as relações fraternais? As relações observadas revelaram-se plurais e complexas, mostrando a relevância de cinco dimensões para a sua análise: biológica, normativa, afetiva, estatutária e comparativa. A partir das narrativas dos sujeitos foi possível identificar relações vinculativas, companheiristas e de aliança. A discussão levantada neste artigo tem como propósito fornecer elementos e ferramentas analíticas com valor heurístico para a análise deste objeto.
Downloads
Referências
Atkinson, Robert. (2016). The life story interview. In J. Gubrium & J. Holstein (orgs.), Handbook of Interview Research (pp.121-140). Thousand Oaks.
Barbas, Andreia. (2014). Crescer a Meias: uma análise sociológica do impacto dos estilos educativos parentais nas relações entre irmã/os. [Dissertação de Mestrado, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra]. http://hdl.handle.net/10316/27360
Barroso, Margarida. (2011). Social perceptions of siblings’ sexual composition: evidence from Portuguese youth. Journal of Comparative Family Studies, 42(5), 687-702. https://doi.org/10.3138/jcfs.42.5.687
Barroso, Margarida. (2008). Fratrias e Género: Contributos para uma análise sociológica das relações fraternais. VI Congresso Português da Sociologia. http://associacaoportuguesasociologia.pt/vicongresso/pdfs/550.pdf
Barroso, Margarida. (2006). Fratrias na juventude: contributo para uma análise das relações entre irmãos numa abordagem do ciclo de vida [Tese de Licenciatura, Instituto Universitário de Lisboa].
Bedford, Victoria H. (1989). Sibling research in historical perspective: the discovery of a forgotten relationship. American Behavioral Scientist, 33(1), 6-18. https://doi.org/10.1177/0002764289033001002
Bruner, Jerome. (1987). Life as narrative. Social Research, 54, 11-32.
Buisson, Monique. (2003). La fratrie, creuset de paradoxes. L’Harmattan Logiques Sociales.
Burke, Peter, & Montgomery, Sue. (2000). Siblings of children with disabilities: a pilot study. Journal of Learning Disabilities, 4(3), 227-236. https://doi.org/10.1177/146900470000400305
Dalton, Conley. (2004). The pecking order: which siblings succeed and why. Pantheon Books.
Davies, Katherine. (2015). Siblings, stories and the self: the sociological significance of young people’s sibling relationships. Sociology, 49(4), 679-695. https://doi.org/10.1177/0038038514551091
Davies, Katherine. (2019). “Sticky” proximities: Sibling relationships and education. The Sociological Review, 67(1), 210-225. https://doi.org/10.1177/0038026118784832
Duncombe, Jean, & Marsden, Dennis. (2003). The never-ending story: children’s gaze and the unresolved narrative of their parents’ divorce. In A. Graham & G. Jones (orgs), Social relations and the life course (pp. 49-62). Palgrave Macmillan.
Edwards, Rosalind et al. (2006). Sibling identity and relationships: sisters and brothers. Routledge.
Elgar, Marian, & Heah, Ann. (1999). An overview of siblings. In A. Mullender (org.), We are family: sibling relationships in placement and beyond (pp. 19-27). British Agencies of Adoption and Fostering.
Guerreiro, Maria das Dores et al. (2007). Famílias em mudança: configurações, valores e processos de recomposição. Celta Editora.
Gulløv, Eva, Palludan, Charlotte, & Winther, Ida W. (2015). Engaging siblingships. Childhood, 22(4), 506-519. https://doi.org/10.1177/0907568214555147
Hamwey, Meghan, Rolan, Emily P., Jensen, Alexander C., & Whiteman, Shawn D. (2018). “Absence makes the heart grow fonder”: a qualitative examination of sibling relationships during emerging adulthood. Journal of Social and Personal Relationships, 36(8), 1-21. https://doi.org/10.1177/0265407518789514
Heath, Sue. (2018). Siblings, fairness and parental support for housing in the UK. Housing Studies, 33(2), 284-298. https://doi.org/10.1080/02673037.2017.1291914
Kaufmann, Jean-Claude. (1996). L’entretien compréhensif. Éditions Nathan.
Langevin, Annette. (1996). L’étude des fratries. In F. de Singly et al. (orgs.), La famille en questions. État de la recherche. Syros.
Merry, Joseph, Bobbitt-Zeher, Donna & Downey, Douglas. (2020). Number of siblings in childhood, social outcomes in adulthood. Journal of Family Issues, 41(2), 212-234. https://doi.org/10.1177/0192513X19873356
Montandon, Cléopâtre. (2005). As práticas educativas parentais e a experiência das crianças. Educação e Sociedade, 26(91), 485-507. https://doi.org/10.1590/S0101-73302005000200010
Patton, Michael. (2002). Qualitative research & evaluation methods (3. ed.). Thousand Oaks.
Poeschl, Gabrielle. (2000). Trabalho doméstico e poder familiar: práticas, normas e ideais. Análise Social, 35(156), 695-719.
Portugal, Sílvia. (2014). Famílias e redes sociais: ligações fortes na produção de bem-estar. Edições Almedina, S.A.
Punch, Samantha. (2008). You can do nasty things to your brothers and sisters without a reason: siblings backstage behaviour. Children & Society, 22(5), 333-344. https://doi.org/10.1111/j.1099-0860.2007.00119.x
Punch, Samantha. (2005). The generationing of power: a comparison of child-parent and sibling relations in Scotland. Sociological Studies of Children and Youth, 10, 169-188. https://doi.org/10.1016/S1537-4661%2804%2910009-3
Roussel, Louis. (1989). La famille incertaine. Editions Odile Jacob.
Silva, Pedro, Coelho, Conceição, Fernandes, Conceição, & Viana, Joana. (2011). Usos do computador Magalhães entre a escola e a família: notas de uma pesquisa sociológica [Apresentação de artigo].VII Conferência Internacional de TIC na Educação. https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/65156
Smart, Carol. (2006). Children’s narratives of post-divorce family life: from individual experience to an ethical disposition. The Sociological Review, 54(1), 155-170. https://doi.org/10.1111/j.1467-954X.2006.00606.x
Steinbach, Anja, & Hank, Karsten (2018). Full-, half-, and step-sibling relations in young and middle adulthood. Journal of Family Issues, 39(9), 2639-2658. https://doi.org/10.1177/0192513X18757829
Thomson, Rachel et al. (2002). Critical moments: choice, chance and opportunity in young people’s narratives of transition. Sociology, 36(2), 335-354. https://doi.org/10.1177/0038038502036002006
White, Lynn. (2001). Sibling relationships over the life course: a panel analysis. Journal of Marriage and Family, 63(2), 555-568. https://doi.org/10.1111/j.1741-3737.2001.00555.x
White, Lynn, & Riedmann, Agnes. (2016). Ties among adult siblings. Social Forces, 71(1), 85-102. https://doi.org/10.1093/sf/71.1.85
White, Lynn, & Riedmann, Agnes. (1992). When the Brady Bunch grows up: step/half- and fullsibling relationships in adulthood. Journal of Marriage and the Family, 54(1), 197-208. https://doi.org/10.2307/353287
Widmer, Eric D. (1999). Les relations fraternelles des adolescents. Presses Universitaires de France.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Andreia Barbas, Sílvia Portugal
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
